sábado, 28 de abril de 2018

Mulheres da Biblia: Lia

Lia - filha mais velha e feiosa de Labão - foi, provavelmente, obrigada pelo pai a casar-se com Jacó, enganando-a e fazendo com que ele (Jacó) a rejeitasse por toda a sua vida. Lia era uma mulher linda de coração mas não tinha nenhuma beleza exterior. A Bíblia nos diz que ela tinha os olhos baços e, além de tudo isso, o seu nome significava "fraqueza".
A história dela é marcada pela falta de consideração, de amor, de apreço. Seu pai a usou para ter mais dinheiro. Ao se casar, tinha um marido que não a amava. Depois, sua irmã casou-se com seu esposo e o amor dele era maior por ela (Gênesis 29:30). O desprezo era tanto, que Deus teve compaixão de Lia e a fez mãe antes de Raquel (Gênesis 29:31).
Essa é a prova de que Deus sabia do sofrimento de Lia e a colocou em posição de vantagem em relação a Raquel. O Senhor se mostrou no controle de todas as coisas ao conceder filhos a Lia, e deixou claro que, mesmo que Jacó não a amasse, Ele a amava, cuidava e ajudava a passar pelos sofrimentos.
Ao final da semana, aquilo que poderia ser um sonho se torna um pesadelo. Labão concede Raquel como esposa de Jacó. Agora não apenas foi rejeitada e tratada como mercadoria. Lia teve de amargar testemunhar a preferência clara de Jacó pela sua irmã e rival àquela altura. vendo o Senhor que Lia era desprezada, a abençoou com o privilégio de ser mãe. Ela engravidou, ao passo que Raquel, sua irmã e rival, não podia ter filhos. Lia em princípio reconheceu a providência divina ao dizer que o Senhor a havia atendido em sua aflição (Rúben, o nome do primeiro filho, significa “veja, um filho”). No entanto, logo em seguida, revela a verdade da idolatria de seu coração: “Por isso, agora me amará meu marido” (v. 32). Esse era o real objetivo dela. Sua motivação girava em torno do marido e do desejo de se satisfazer com sua atenção e carinho. O coração dela não era do Senhor, mas de Jacó! Ainda assim, o Senhor concedeu a ela o privilégio do segundo filho. Ela menciona o Senhor em sua declaração, mas ainda assim revela a persistente idolatria do coração: “Soube o Senhor que era preterida e me deu mais este; chamou-lhe, pois, Simeão” (v. 33 – Simeão significa “aquele que ouve”). A referência a sua preterição é uma referência ao fato de que sua esperança de satisfação em Jacó ainda não havia sido concretizada. O Senhor lhe deu ainda um terceiro filho, e sua idolatria por Jacó persistia declaradamente: “Agora, desta vez, se unirá mais a mim meu marido, porque dei à luz três filhos; por isso, lhe chamou Levi” (v. 34 – Levi significa “unido”). Foi somente na quarta gravidez que parece que Lia entendeu que sua motivação de vida não podia ser o marido. Então, quando ela enfim fica grávida daquele que é o precursor do Messias, Judá (“ele será louvado”), ela enfim prorrompe em louvor sincero a quem deveria ter sido amado e desejado mais que todas as coisas desde o início: “Esta vez louvarei ao Senhor” (v. 35). Os versículos 9-13 de Gênesis 30 mostram Lia perdendo completamente a compostura oferecendo sua serva Zilpa a Jacó para ter filhos através dela. Ao primeiro chamou Gade (“boa sorte”) e ao segundo Aser (“feliz”), como se sua satisfação estivesse mesmo em ter filhos como estratégia para conseguir o que julgava ser a única fonte de satisfação. Depois disso, Rúben achou mandrágoras no campo e as entregou a Lia. As mandrágoras eram consideradas ervas afrodisíacas que promoviam a fertilidade. Assim podemos ver tanto as raízes pagãs de Lia como de Raquel, ao atribuírem às mandrágoras uma importância que realmente não tinham. O fato é que Raquel cobiçou as mandrágoras. Lia revelou mais uma vez que Jacó era seu ídolo do coração lamentando que Raquel já havia levado seu marido e que não era justo que agora, além disso, ainda quisesse levar as mandrágoras. Mas a proposta de Raquel pareceu irresistível: as mandrágoras por uma noite de Jacó com Lia. Agora a mercadoria é o próprio Jacó. Ainda assim, Deus a abençoou com mais um filho. O texto nos permite contemplar a luta de Lia quando ela demonstra ter sido um erro o ter dado sua serva a Jacó. Lia se quebrantou diante do Senhor e reconheceu o favor divino atribuindo à sua bondosa providência mais dois filhos: Issacar (“recompensa”) e Zebulom (“honra” ou “dote”). No entanto, continua esperando que os seis filhos lhe tragam a preferência do marido
Depois de anos de rivalidade, vemos, enfim, que Lia parece ter superado sua idolatria por algumas razões. Em Gênesis 31.14-16, tanto ela como Raquel parecem estar unidas no mesmo propósito. Isso é sinal de que sua idolatria, razão da rivalidade, havia sido superada. Lia foi honrada em sua morte, pois foi sepultada no mesmo local em que haviam sido sepultados Abraão, Sara, Isaque e Rebeca. O próprio Jacó pediu a José que o sepultasse lá junto a ela quando ele morresse.
Significado do nome Lia: Hebraico, gazela.

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